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Channel: Relatos de quem decidiu emagrecer
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Um pausa para o (desafios do) amor.

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Faltando pouco mais de 4 meses para o casório e início da vida a dois, algumas preocupações com coisas práticas para o dia a dia começaram a surgir. Eu vejo a  vida a dois como um desafio diário e acreditar que o conto de fadas vai se concretizar após o beijo selado no altar, é acreditar em papai noel e coelhinho da páscoa. Eu prefiro acreditar nos desafios inerentes à convivência diária entre seres humanos, ou seja, isso vale para amigos, pais, irmãos e... marido!

Sou, geralmente, uma pessoa muito prática para questões da vida, tipo: não gostou? Diga. Não quer ser acordada? Avise antes de dormir.  Quer estudar sem ser interrompida? Desligue os telefones/interfones e avise ao parceiro(a), que pode, inclusive, sair para uma caminhada ou qualquer coisa do tipo. Não curte o programa de TV? Vá para o computador ou para outro cômodo. Não curte badalos sábado a noite? Comunique aos amigos. Acabou o amor? Diga tchau. E por aí vai... 

Isso não é ser chata, rabugenta ou egoísta. Isso é praticidade. Isso é respeito a si mesmo. 
Eu não sofro, mas não sofro mesmo, por algo que é de fácil solução. Guardo minhas energias para problemas reais. Digo isso, pois ao longo de oito anos de relacionamento, conhecemos bem um ao outro, mas isso não me garante que não haverá surpresas. Eu sei que a adaptação real virá após a lua de mel, quando a ficha começar a cair e o cesto de roupas sujas quase transbordar; quando a louça na pia se acumular; quando o programão de sábado for encarar a fila do mercado; quando o encanamento entupir; quando a festa no play não deixar a gente dormir; e, principalmente, quando a caixinha dos correios lotar com contas do mês. Isso é vida real, minha cara. E para estas coisas não existe minha lei máxima da praticidade. Para situações assim, o que vai valer é o jogo de cintura, é o poder de negociação, uma dose de bom senso e doses diárias de paciência, bom humor e, sobretudo, amor.

Ouço muitas dicas, muitas receitas e orientações sobre como a vida muda após o casamento, como vou sentir falta da casa da mamãe, sobre como tratar bem meu marido (oi?) e sobre como limpar vidraças. Ouço também que tenho uma vida fácil que minha moleza vai acabar; já ouvi que nosso apartamento é muito pequeno e que a rua em que vamos morar é "muito perigosa". Ah! Ouvi também que MEU vestido de noiva é simples demais (!!!). E, claro, não poderia deixar de ouvir que preciso emagrecer para dar conta do rojão de ser "dona de casa". Essa última não poderia faltar, né?

É estranho, mas ainda não ouvi ninguém perguntando se preciso de ajuda para comprar algo para casa nova ou se preciso de ajuda com a mudança ou, ainda, se está tudo certo com a festa e cerimônia. Não ouvi ninguém me perguntando se estou feliz com as escolhas que tenho feito ou se preciso de um simples ombro amigo para me ajudar a suportar a pressão que é ser noiva. Parece fácil e deve ser mesmo muito fácil para aquelas que param a vida por um evento e recebem toda sorte de apoio ($$$$) de familiares. O sonho encantado de ser noiva acaba com o tempo e com a realidade do dia a dia. Até o "the big day"serão 15 meses de malabarismo entre trabalho (que no meu caso implica em viagens longas), dieta frustrada, decisões,  escolhas dificílimas, decoração do apê, compra de móveis, estudos, academia, namoro, amigos, FAMÍLIA (S), lista de convidados (socorroo!), estar linda, parecer simpática, e ser um mulherão na cama. #prontofalei. Mesmo que meu melhor amigo seja o amor da minha vida, tem horas que não dá. Tem momentos que só quero falar da festa, da decoração, das bebidas, dos vestidos das madrinhas, da maquiagem e das fotografias. Tem momentos que os assuntos banais dão conta, só eles. 

E o que eu recebo?
Manual de instrução para um casamento perfeito.
Aham, Claudia, senta lá.



Dos desafios deixa que a gente cuida.
Deixa que a gente acerta, erra e ajeita. 
Deixa a gente descobrir o que ainda está por vir, sem ter que se preocupar com previsões catastróficas. Não existem filmes repetidos e o nosso roteiro é bem diferente dos roteiros que vejo por aí, ainda bem. Não espero um filme de romance, porque, na verdade, eu não espero um filme. Eu espero amor. 
E amor basta.

E se tudo isso for só um sonho, também não tem problema. 
Eu me alimento de sonhos.
Que assim seja. 

Bom fim de domingo.

Beijos,

Nath.







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