Uma viagem. Uma decisão.

Acabei de voltar no Maranhão.

Viagem super curtinha, mas intensa do primeiro ao último dia.

Como não conhecia meu companheiro de viagem, tivemos pouco assunto e eu pude mergulhar no profundo processo de autoconhecimento que, às vezes, só a solidão nos traz.

Fiz uma retrospectiva de tudo o que vivi até hoje, quando o assunto é a obesidade e de todas as complicações que advém dela. Vi que os anos de lutas são muitos. Vi passar minha infância, minha adolescência e (estou vendo) boa parte da minha vida adulta sendo escrava de um problema tão grave. 

Hoje eu não vejo mais saída e isso não é papo de alguém que está deprimida e que não vê a luz no fim do túnel. Muito pelo contrário. Falo de um lugar onde me sinto segura e madura para entender que, PARA MIM, o caminho se encerrou. Eu poderia listar uma série de fatores que me levaram a esta conclusão, mas poderiam soar como lamúrias, como lamentações e, definitivamente, não são.

Decidi seguir pelo caminho que muitos julgam como "o mais fácil", mas que para mim será o mais difícil dos trajetos. Assumir que preciso de ajuda médica e de intervenção cirúrgica foi um processo longo, de muito choro e muita dor. Eu super admiro a coragem e os resultados de quem optou pela bariátrica, mas NUNCA quis seguir este caminho. Sempre achei que não era para mim e que eu conseguiria sozinha, somente através da minha força de vontade. Afinal de contas, se tem algo nessa vida que eu tenho de sobra é força de vontade. Minha história de vida me mostra isso todos os dias, não preciso que ninguém me diga isso, eu reconheço. Agora, quando o assunto é emagrecimento eu falho. Falhei 1, 2, 3... falhei incontáveis vezes. E se eu continuar nesse processo de retroalimentar falsas esperanças vou continuar a falhar. Eu cansei de me iludir, me enganar e tentar me convencer de que basta eu ter um motivo para eu conseguir. Mentira. Eu tenho em mãos um dos maiores motivos/motivação da minha vida para emagrecer e tudo o que eu consigo fazer é: amanhã eu volto para a dieta. 

O tempo passou e continua a passar. Ele não perdoa.

Faltavam 10 meses e uma média de 3kg por mês, hoje a conta é outra e muito mais alta, por sinal.

O casamento não justifica minha decisão, mas minha vida no futuro e tudo o que eu tenho pela frente, sim.

Ainda não tenho médico, não tenho datas, não tenho expectativas. 

Tenho uma vontade e uma certeza e, por enquanto, isso basta.

A partir de agora tudo muda.

Tudo.

Deixo umas imagens do Maranhão, em especial de São Luís.

Por fim, quero dizer que se existe alguém nesse mundo que mereça, no mínimo, prisão perpétua, esse alguém se chama Sarney. 

Só isso.